sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

UM DEUS ALÉM DAS ESTRELAS

Muitas pessoas, no decorrer dos tempos, ao contemplar as estrelas, o espaço ou a beleza do nosso planeta, sentiram a presença de Deus no Universo. O século XVIII, o poeta alemão Friedrich Schiller escreveu um belo poema sobre isso, chamado “Ode à Alegria”. Alguns anos depois, no começo do século XIX, Beethoven, um dos maiores compositores de todos os tempos, expressou a beleza, a harmonia, a música, a alegria do Universo numa linda composição – a “9ª Sinfonia” – usando como letra o poema de Schiller: Oder à Alegria Alegria, luz divina, que move o Universo! Nossa voz se ergue e afina Pra cantar-te em verso! A alegria acaba a descrença E nos faz darmos as mãos! Onde a alegria vença, Todos nós somos irmãos! Ser amigo de um amigo, Ter alguém para se amar! Canta júbilos comigo, Louva teu celeste lar! Muito além das lindas estrelas, Há um Deus a governar! Mesmo se não pode vê-las Há leis a se respeitar! Todos bebem a alegria Da mãe natureza! Bons e maus à luz do dia, Sentem a beleza! Sóis e flores, constelações, A alegria universal! Ela inunda os corações E dissolve todo o mal! (Friedrich Schiller. “Oder à Alegria”, poema musicado por Ludwig Van Beethoven. Versão didática de Dora Incontri.) UMA HISTÓRIA INDÍGENA Os povos indígenas brasileiros contam interessantes histórias sobre o mundo e a humanidade, nas quais demonstram grande sabedoria. Do mesmo modo que os egípcios, os babilônicos e os gregos, eles também observavam as estrelas e os demais elementos do céu. Acreditavam que a humanidade morava no céu e que depois desceu à Terra. Confira no texto “A HUMANIDADE DESCE À TERRA”, transcrito logo abaixo: Antigamente, todos os homens viviam no céu. Alguns ainda estão lá, são as estrelas. No tempo da vida celeste, um velho, numa caçada, viu um tatu e o perseguiu. O tatu enfiou-se terra adentro e o homem cavava cada vez mais fundo para apanhá-lo. Cavou o dia todo sem conseguir pegar o tatu. Voltou para casa, mas no dia seguinte recomeçou a cavar. Dizia à mulher: - Quero pegar o tatu! Cavou durante oito dias e estava quase apanhando o tatu quando o animal caiu num buraco. O velho o viu descer como um avião, cair num campo e correr em direção à floresta. Ele alargou o buraco para poder olhar para baixo, mas o vento estava tão violento que o levou de volta à superfície. O vento continuava a soprar pelo buraco, aumentando cada vez mais a abertura. Quando o velho voltou à aldeia, os outros lhe perguntaram: onde está o tatu? – Caiu numa terra debaixo da nossa, uma terra com belos campos, que não é como a nossa, é coberta de florestas. Mas o vento soprou e me trouxe de volta para cá. A história foi discutida no ngobe, a casa dos homens. Os homens mandaram um meokre, que é um menino de 13 a 14 anos, buscar o velho para que ele contasse o que lhe acontecera. Toda a assembleia resolve ir ver o buraco. O vento o alargava e dava para ver os belos campos. Tomados pelo desejo de descer, os homens juntaram todas as cordas e fios de algodão que possuíam. Fizeram uma corda única que experimentaram no outro dia, mas ainda era muito curta, só chegava à metade do caminho. Com outras pontas de fios, os homens encompridaram a corda até que ela alcançasse a terra. Um kuben-kra (que quer dizer, o filho de um homem) quis ser o primeiro a descer. Amarraram-no bem e o fizeram escorregar. O vento o empurrava de um lado para o outro. Enfim, ele chegou aos campos, achou-os belíssimos e subiu de volta. No céu, ele disse: - Os campos lá embaixo são lindíssimos, vamos viver lá! Fizeram-no descer mais uma vez e ele amarrou a extremidade inferior da corda numa árvore. Então, homens, mulheres e crianças escorregaram ao longo da corda. Pareciam formigas descendo por um tronco. Muitos não tiveram coragem de descer, preferindo ficar no céu. E cortaram a corda para impedir mais uma descida. (Betty Mindlin. O Primeiro Homem e Outros Mitos dos Índios Brasileiros. São Paulo: Cosac & Naify, 2001) DE OLHO NO MUNDO: REENCARNAÇÃO, ONTEM E HOJE Pitágoras não foi o único a crer na reencarnação. Essa ideia foi aceita por muita gente, em várias regiões do mundo. Inúmeras eram as pessoas, tanto no Oriente como no Ocidente, que acreditavam nela como uma verdade religiosa. Na Antiguidade, a religião dos egípcios, dos ceutas, dos gregos e dos maias admitia a reencarnação. Todas as crenças reencarnacionistas admite que o ser humano é livre para fazer suas escolhas nesta vida, mas depois deverá enfrentar as consequências de seus atos em outra existência. Os atos bons produzirão boas colheitas; os atos maus poderão acarretar sofrimento no futuro. Ainda de acordo com essa ideia, o ser humano é sempre dono do seu destino e sempre terá novas oportunidades de fazer melhor o que faz de errado, aprendendo com os próprios erros. Hoje em dia, as principais religiões reencarnacionistas são o hinduísmo, o budismo e o espiritismo. Estas duas últimas, se consideram filosóficas, à maneira de Pitágoras. Entre as religiões que creem na reencarnação, algumas consideram que a alma do ser humano pode reencarnar em um animal; outras, que a alma volta somente como homem ou mulher. No Brasil, a principal corrente reencarnacionista é a espírita. Segundo essa visão, a alma humana jamais volta num corpo de animal. “Os céus narram a glória de Deus, o firmamento proclama a obra de suas mãos. O dia transmite a mensagem ao dia, e a noite a faz conhecer à noite. Não é um discurso, não há palavras, não se lhes ouve a voz. Sua harmonia se estende sobre toda a Terra, e sua linguagem, até as extremidades do mundo.” (Salmo 19, de Davi – Bíblia Sagrada)

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