sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

RELIGIÃO E EDUCAÇÃO

De uma forma ou de outra, a educação sempre foi uma prática entre os povos de todas as épocas. Os chamados povos primitivos, por exemplo, não construíam escolas: suas crianças eram educadas por pessoas mais velhas da comunidade. Já na Grécia e em Roma, a família e o Estado educavam as crianças. Na Idade Média, foi a igreja que assumiu a responsabilidade pela educação. Ao longo da história, muitas pessoas – como Confúcio, por exemplo – lutaram para que toda a humanidade tivesse direito à educação. Entretanto, somente em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tivemos reconhecido o direito de todo ser humano à educação. Nem a Declaração da Independência Americana, de 1776, nem a Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa, de 1789, continham entre seus princípios alguma referência à educação como direito do ser humano. Vejamos o que diz a esse respeito, no vigésimo sexto artigo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos: § 1º Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. § 2º A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e palas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. § 3º Os pais tem prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. (Extraído de: http://www.direitoshumanos.usp.br) Outra importante conquista para a educação foi a criação, em 1946, da UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), com sede localizada em Paris, na França. A UNESCO tem a proposta de ajudar organizações não-governamentais (ONGs) na realização de programas educativos. Ela desenvolve atividades de apoio a escolas e à criação de bibliotecas, de luta contra o analfabetismo e de promoção da educação de adultos, além de muitos outros programas a favor da educação. ALFABETIZAÇÃO E RELIGIÃO As informações divulgadas no Censo Demográfico 2000 pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – apontam que, das dez cidades com maior índice de analfabetismo no Brasil, oito estão localizadas no estado do Rio Grande do Sul e duas no estado de Santa Catarina. O município com menor número de analfabetos é São João do Oeste, em Santa Catarina, onde 99,2% da população sabe ler e escrever. São dados importantes, já que ainda não realizamos a educação de toda a nossa população – o Brasil está entre os dez países com maior população de adultos analfabetos. As cidades mais alfabetizadas do Brasil foram colonizadas por alemães. Em entrevista ao Jornal Zero Hora de Porto Alegre, Fernando Becker, mestre em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que os colonizadores alemães não aceitavam que as pessoas não soubessem ler, escrever e fazer contas. Então, construíam escolas para seus filhos. Voltaire Schilling, historiador, também ouvido pelo Zero Horas, diz que a religião foi fundamental nesse processo de alfabetização. Os colonizadores alemães eram da Igreja luterana (Protestante). Nessa religião, todos precisam estar alfabetizados para ler os textos bíblicos. Por outro lado, a maior parte da colonização no Brasil foi realizada por portugueses católicos. Como a Bíblia era escrita em latim, somente as pessoas cultas podiam lê-la., e não o povo. Então, apenas um pequeno grupo precisava saber ler. Os especialistas parecem ter razão, uma vez que Martinho Lutero – líder da Reforma Protestante e fundador da Igreja Luterana na Alemanha -, em um sermão pronunciado em 1530, já dizia: “enviem as crianças às escolas”. A religião luterana chegou ao Brasil bem mais tarde, por volta de 1820, com os imigrantes alemães que para cá vieram. Lutero defendeu a necessidade de educação para todos. Segundo ele, a escola deveria ser mantida pelo Estado. E a frequência das crianças deveria ser obrigatória, a fim de aprenderem uma profissão, a ler e escrever: (...) é grande e solene o dever que nos é imposto, um dever de imensa importância para Cristo e para o mundo, prestar auxílio e conselho à juventude. (Informações extraídas do artigo: “Religião ajudou a baixar índice de analfabetismo”. http://www.adital.org.br)

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