sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A MENSAGEM DE BUDA

Buda tornou-se um monge mendicante, seguido por cinco discípulos. Com uma tigela de esmolas, foi mendigar nas aldeias vizinhas. Ensinava aos discípulos que o melhor a fazer era seguir o “caminho do meio”: não é preciso ser radical e chegar a extremos para obter a iluminação. Nosso objetivo deve ser o domínio das paixões e dos desejos mundanos. Devemos renunciar, sim, a uma vida de prazeres como a de um príncipe, mas não precisamos ter uma vida cheia de privações e autopunições. Por meio de um caminho de equilíbrio e virtudes espirituais, alcançaremos o fim de todo o sofrimento humano. Em torno de Buda reuniram-se muitos discípulos, de todas as classes sociais, pois ele não concordava com a divisão da sociedade em castas, característica da Índia. Desse modo, ele formou a grande comunidade dos mendicantes budistas. Assim como Pitágoras, Buda tinha lembranças de vidas passadas. Dizia que em vidas anteriores havia conquistado as qualidades para se tornar um Buda. Numa dessas vidas, tinha sido o príncipe Vessantra (também conhecido como Sudana) famoso pela sua misericórdia e compaixão. Vessantra gostava de ajudar as pessoas e atendia a todos os pedidos que lhe faziam. Sua compaixão era tão grande que acabou dando tudo o que tinha e ficando pobre. Buda precisou de várias vidas para chegar à iluminação. Então, os budistas entendem que são necessárias inúmeras encarnações para atingir as virtudes da iluminação. Por isso, Buda compreendia os erros e as dificuldades de seus discípulos, pois achavam que eles estavam no caminho da aprendizagem. Dizia que, dependendo dos pensamentos, das ações e palavras em uma vida, teremos bem-estar ou desgraças, boas ou más reencarnações futuras. Essa ideia de que nossas ações boas ou más têm consequências em outras vidas chama-se carma. A religião hindu já falava disso. Em companhia de seus discípulos, Buda viajou por muitas cidades, pregando sobre o carma, a reencarnação, a imortalidade da alma, a libertação da dor, o caminho do meio, a bondade, a compaixão, a luta contra o egoísmo. Com esses ensinamentos, Buda conseguiu que seu pai, afinal, se tornasse também seu discípulo. Buda aconselhou o pai a ter uma boa conduta e um coração generoso. O dever de um pai de família, assim como o dos monges mendicantes, era responder ao ódio com amor, pois amando a todos os seres do Universo é que atingimos a felicidade. Ele possuía apenas suas vestes, sua tigela de esmolas, seu bastão. Comparava o religioso ao operário: uma pessoa de fé não deveria descansar antes de cumprir sua tarefa, a iluminação divina. O príncipe mendigo nunca descansou; mesmo velho, andando apoiado em muletas, percorria a Índia ensinando sua doutrina. Suas últimas palavras aos monges foram: “esforçai-vos sem cessar”. Morreu aos 80 anos. Os budistas acreditam que ele atingiu o nirvana: o estado em que o ser consegue a libertação do desejo e da dor. A obra de Buda difundiu-se em muitas regiões da Ásia, e, por ter se espalhado por vários países do mundo, existem diferentes tradições budistas. Na Índia, seu país de origem, o budismo quase desapareceu – apenas recentemente as ideias de Buda começaram a ser recuperadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário