sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

AS GUERRAS RELIGIOSAS E A “GUERRA SANTA” DOS MUÇULMANOS

Às vezes temos a impressão de que as guerras por motivos religiosos são praticadas somente por muçulmanos. É verdade que alguns radicais islâmicos veem o chamado “jihad” (sua “guerra santa”) como um meio de entrar no céu, Mas nem todos os muçulmanos pensam assim. Os jornais frequentemente trazem informações sobre massacres de homens, mulheres e crianças em nome da religião, e não somente envolvendo os muçulmanos. Na Índia, por exemplo, muitos deles já foram assassinados devido a divergências religiosas. Até mesmo budistas tem conflitos com hinduístas. Há também conflitos religiosos em países como a França, o Canadá, os Estados Unidos e a Inglaterra, assim como diversos países africanos. As guerras religiosas não são acontecimentos recentes: ocorrem há muitos séculos. Os antigos judeus consideravam Deus o Senhor dos Exércitos e guerreavam com outros povos da região. Durante as Cruzadas, nos séculos VII e VIII, os Católicos lutavam contra aqueles que consideravam infiéis e com o objetivo de conquistar a terra santa, a Palestina, onde Jesus havia nascido e vivido. Depois, houve diversas guerras entre católicos e protestantes nos séculos XV, XVI e XVII, quando morreram milhares de pessoas. Esse confronto continua na Irlanda do Norte. Muitas páginas poderiam ser escritas sobre isso, pois as lutas em nome da religião são muito antigas e já atingiram as mais diversas religiões. Por isso, hoje em dia, não podemos responsabilizar apenas os muçulmanos pelos conflitos religiosos ocorridos no mundo – ainda mais se lembrarmos que a origem do problema é mais antiga que o próprio islamismo. Por outro lado, em todas as religiões sempre houve propostas de paz, por parte de pessoas que criticavam a violência e se esforçaram por tolerância, compaixão e bondade. Hoje, os povos tentam cada vez mais promover diálogo e compreensão entre todos, embora nem sempre seus líderes ajam da mesma forma. QUEM TROUXE O ISLAMISMO AO BRASIL? Pouca gente sabe, mas o islamismo chegou ao Brasil há muito tempo, no início da colonização, com africanos capturados na Nigéria e trazidos como escravos nos chamados navios negreiros. Esses seguidores de Maomé tiveram importante papel em nossa história por serem os primeiros muçulmanos a chegarem aqui, mas não só por isso. Conhecidos como malês, foram responsáveis por algumas das revoltas que marcaram a luta contra a escravidão no Brasil, no século XIX, culminando com a mais importante e organizada de todas, em 1835, na Bahia: a Guerra dos Malês. Quando capturados, os negros revoltosos não eram mortos, ao contrário do que acontecia com os outros escravos: eram devolvidos à África. O motivo era o medo dos brancos de que os escravos mortos se tornassem mártires e aumentassem a fé e a força dos revoltosos. Depois da batalha de 1835, restaram poucos malês, mas eles aqui deixaram as primeiras sementes da cultura muçulmana.

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