sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

OS MORTOS DEVEM SER LEMBRADOS?

O que acontece quando alguém morre? Você acha que acabou e pronto? Devemos esquecê-lo, não falar mais dele? Não é isso que a Humanidade faz há milhares de anos. Desde os povos mais primitivos, passando pelos egípcios, os antigos gregos e romanos, os japoneses e os chineses, os africanos e os indígenas, pessoas de todos os continentes e das mais variadas tradições religiosas praticaram e ainda praticam o culto aos antepassados. Segundo os antropólogos, essa é uma das características mais antigas e universais da religiosidade humana. Se você pensa que se trata de algo complexo e misterioso, está enganado: trata-se simplesmente de prestar homenagens, fazer orações e, em alguns casos, até fazer oferendas à alma dos nossos familiares que já morreram. É manter sua lembrança entre nós. Muitas religiões consideram o culto aos antepassados um dever moral, embora esse culto possa ser feito de diferentes maneiras, revela uma ideia principal, presente sem distinção em todas as religiões: a imortalidade da alma. É, portanto, natural que os vivos se preocupem com os mortos e proponham formas de cuidar deles, mesmo estando do outro lado. Em civilizações mais antigas, como a grega e a romana, fazer parte de uma família significava cultuar os mesmo antepassados e ter os mesmos “deuses do lar”. Os gregos acreditavam que os mortos continuavam a viver com as mesmas necessidades de quando estavam vivos. Era um dever, portanto, oferecer-lhes alimento em épocas determinadas e fazer libações perante seus túmulos, derramando leite, mel ou vinho. Se os descendentes cumprissem essas práticas, o morto passava a ser uma divindade protetora da família. Cada casa tinha um altar doméstico, onde o chefe da família celebrava esse culto. Em cada lar, permanecia aceso, dia e noite, o fogo familiar, simbolizando o espírito dos antepassados. Entre os romanos, esses espíritos familiares eram chamados de lares e manes e protegiam o lar.

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