sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A SABEDORIA QUE VEM DO CÉU

A China possui uma das culturas mais antigas da humanidade, mas o Ocidente demorou muito a conhecer esse país: apenas por volta do ano 1200 os europeus lá chegaram, com o italiano Marco Polo. Por essa época, os chineses já haviam desenvolvido muitos inventos interessantes, como a bússola, o papel e a pólvora. A arte chinesa também era riquíssima, e quando Marco Polo e sua família chegaram à China ficaram encantados com a beleza das sedas, a riqueza das pinturas e a arquitetura tão diferente da que existia na Europa. Confúcio nasceu na China no ano de 551 aC, numa antiga cidade chama Lu. Seu pai, um famoso guerreiro, morreu quando ele tinha apenas três anos, e sua mãe o criou na pobreza. Assim, Confúcio trabalhou desde cedo para ajudar a família e vivia no meio dos camponeses. Entre os chineses – como em outros lugares do mundo e até hoje -, quem vivia do cultivo da terra era desvalorizado pelos governantes. Os camponeses trabalhavam e pagavam altos impostos aos senhores, que enriqueciam cada vez mais. Confúcio era muito inteligente e frequentou a escola desde os 7 anos de idade. Quando jovem, recebeu ajuda da família Ki, importante em sua cidade, e conseguiu um emprego como guarda de depósito. Depois, foi pastor de ovelhas, e, mais tarde, dedicou-se ao ofício de professor. Assim como Pitágoras, teve muitos alunos: conta-se que foram mais de 3 mil. Ele sempre procurava ajudar as pessoas com problemas e preocupava-se com as condições de vida delas: acreditava que todos deveriam encontrar bem-estar, viver com justiça e receber educação. Mesmo depois que se tornou famoso, continuou a conviver com as pessoas do povo. Confúcio pedia cooperação e fraternidade entre todos os seres humanos, mas, na visão dele, só há uma forma de construirmos um mundo melhor: seguindo a sabedoria que recebemos do Céu. As leis feitas pelo ser humano pouco valem diante das leis divinas. E mais: nascemos com as leis divinas dentro de nós e somente quando as tivermos desenvolvido é que alcançaremos a paz interior e a felicidade. Certa vez, Kung de Lú – como Confúcio também era conhecido -, ao visitar um governante que lhe pediu orientação sobre qual seria a lei do Céu, respondeu-lhe com estas belas palavras: O perfeito é a lei do Céu, e a perfeição, a lei da humanidade. Para Confúcio, as pessoas buscam a felicidade em lugares errados – nas riquezas materiais e nos prazeres do mundo -, mas a encontrariam apenas nas coisas espirituais. Quando agimos de acordo com as leis espirituais, seguimos o que ele chamava de “Caminho do Tao”, que tem, entre outros significados, o de “bom caminho”. Enquanto muitos acreditavam (como até hoje acreditam) que os seres humanos seriam naturalmente maus, Confúcio discordava. Considerava a todos como naturalmente bons e afirmava que essa bondade não poderia se perder durante a vida; deveria ser desenvolvida desde a infância pela família, pela escola e pelo Estado. Essa ideia de essência boa quer dizer que, embora o ser humano possa ser malvado e fazer coisas muito ruins, no fundo sempre existe algo de bom dentro de sua alma. Mesmo o pior criminoso tem um lado bom – essa seria a essência boa, que pode ser a qualquer momento despertada.

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