sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

QUEM É O NOSSO PRÓXIMO?

A primeira pergunta que nos vem à cabeça quando ouvimos dizer que devemos amar o próximo é esta: “Quem é meu próximo? Será meu irmão, meu vizinho, quem mora perto de mim? Será quem é meu povo, da minha religião ou só da minha cidade, do meu bairro, da minha família?” O que as religiões em geral respondem é que qualquer pessoa do mundo é o nosso próximo! O hinduísmo e o budismo vão ainda mais longe e dizem que devemos amar mesmo os outros seres vivos e toda a natureza, além do ser humano. No Cristianismo, Francisco de Assis também pensava assim – tanto que amava o Sol, a Lua, as estrelas, as flores e os animais de “irmãos”. Essa ideia faz parte de uma ideia maior: Se todos foram criados por Deus, então há uma irmandade entre os seres. O amor ao próximo é diferente do amor romântico, entre homem e mulher, que se costuma ver nos filmes. É um amor de irmão, um amor de ajudar sem querer ser recompensado, de perdoar, de ter paciência, de fazer sempre o bem. Se todos nós somos irmãos; e, se todos somos irmãos, devemos nos tratar como irmãos. Essa é a lógica do amor ao próximo: a fraternidade universal que vem da paternidade divina. Amar ao próximo é pensar na humanidade inteira como família, querendo o bem, a felicidade e a paz a todas as criaturas. Mas, como saber se estou agindo com amor ou não? É possível medir o amor ao próximo? Existe, sim, uma medida natural, que Deus já colocou dentro de nós. É que todo mundo deseja felicidade e bem estar para si mesmo. Ninguém gosta de sofrer, de ser magoado, de ser rejeitado... Todo mundo quer afeto, compreensão, carinho... Então, é muito simples! Sempre que ficarmos em dúvida se estamos agindo bem ou não, basta nos perguntarmos honestamente: se eu estivesse no lugar do outro, eu gostaria que agissem assim comigo? O EXEMPLO DO BOM SAMARITANO Um home da Lei judaica perguntou a Jesus quais eram os principais mandamentos e Jesus respondeu que eram o amor a Deus e ao próximo e o homem perguntou: “E quem é o meu próximo?” Jesus continuou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, caiu nas mãos de bandidos que, tendo-o despojado e coberto de pancadas, foram-se embora e o abandonaram quase morto. Aconteceu que um sacerdote descia por esse caminho; ele viu o homem e passou a boa distância. Do mesmo modo um levita chegou a esse lugar, viu o homem e passou a boa distância. Mas um samaritano que estava de viagem chegou perto do homem: ele o viu e tomou-se de compaixão. Aproximou-se, atou-lhe as feridas, derramando nelas azeite e vinho, montou-o sobre a sua própria montaria, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, tirando duas moedas de prata, deu-os ao hospedeiro e disse: toma conta dele, e se gastares alguma coisa a mais, sou eu que te pagarei na minha volta”. “Qual dos dois a teu ver, mostrou-se próximo do homem que caíra nas mãos do bandido?” O legista respondeu: “Foi aquele que deu prova de bondade para com ele” Jesus lhe disse: “Vai e tu também faze o mesmo”. (Lucas 10.30-37. Tradução Ecumênica da Bíblia, São Paulo: Edições Loyola/Paulinas, 1996) Quando Jesus contou essa parábola, quis explicar quem era o próximo e o que era amar o próximo. O samaritano não conhecia o homem que estava ferido na estrada e mesmo assim o ajudou como se ajudasse a um amigo, com carinho e preocupação. L I Ç Ã O D E V I D A Carlinhos era muito traquino; um menino que todo mundo queria longe. Mexia com as meninas, xingava os meninos, desrespeitava os professores. Ninguém gostava dele. A própria professora falava frases assim: “Deixem Carlinhos sozinho, até ele aprender a respeitar os outros!” ou “Menino peste! Não quero mais você!”, ou, ainda, “Hoje, você vai só para a diretoria, mas vai acabar sendo expulso da escola!” Carlinhos nem tinha mais amigos e parecia piorar a cada dia. Certa vez, Thaís, uma colega de classe muito comportada, boa aluna e que nunca havia falado com ele, encontrou-o na rua e os dois começaram a conversar. Ela interessou-se por sua vida e soube que ele era órfão de pai, que a mãe tinha um namorado que batia nele e que ele passava muito tempo fora de casa. A partir desse dia, Thaís mostrou-se amiga dele e foi lhe dando cada vez mais atenção. Convidou-o para ir a sua festa de aniversário, com outros colegas de classe, e ajudou-o a se recuperar nas matérias que ele ia mal. Desde então, Carlinhos começou a melhorar.

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