sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A ÉTICA DO "DEPENDE" E A ÉTICA DO "SEMPRE"

A Ética pode ser definida como o ramo da filosofia que estuda o comportamento moral do ser humano. Muitos estudiosos consideram Sócrates um dos pais da ética moderna no mundo ocidental. Quer dizer que antes de Sócrates as pessoas viviam sem moral? Não! É que, antes dele, a moral era a da religião – como os Dez Mandamentos de Moisés – ou dependia dos costumes da sociedade. Foi Sócrates quem primeiro se preocupou em filosofar sobre ética, saindo do campo da religião. Até hoje, existem duas maneiras principais de entender a ética: à maneira dos sofistas e à maneira de Sócrates e de seu discípulo Platão. A primeira é a ética relativista, que aqui estamos chamando de ética do “depende”. Segundo essa ideia, não existem conceitos universais do bem. Tudo depende de cada pessoa, de cada situação, de cada povo, de cada cultura. Já a outra é a ética do absoluto ou, como estamos dizendo aqui, a ética do “sempre”. Segundo ela, existem algumas ideias realmente relativas, mas nem tudo. Há alguns princípios que nunca mudam, que valem para qualquer ser humano, para qualquer povo, em qualquer época da humanidade: são universais e eternos. As religiões, geralmente, pregam a ética universal. COMO GOVERNAR OU NÃO GOVERNAR? Desde que o ser humano existe na Terra, já inventou muitas formas de governo. A maioria das pessoas acha que é preciso que alguém ou um grupo mande, ou organize tudo, para a sociedade viver em paz. Todas as sociedades têm as leis – orais ou escritas, dependendo do caso – e os governos geralmente devem fazer valer essas leis. Platão foi um dos filósofos que primeiro estudou as formas de governo. Vejamos algumas que já foram experimentadas pela humanidade. Quando um rei governa e passa seu cargo para seus descendentes, o sistema é chamado de monarquia. Quando poucos grupos que têm dinheiro governam, diz-se que é uma oligarquia. A passagem do poder dos considerados “melhores” – quer dizer, nobres, gentes das quais se diz que tem “sangue azul”, - para seus filhos é chamada de aristocracia. Quando uma pessoa ou um grupo toma o poder à força e o mantém com violência e desrespeito às leis, os gregos chamavam de tirania e, hoje em dia, nós dizemos que é uma ditadura. Quando é o povo que escolhe e participa do governo, independentemente de ser rico ou pobre, se não há ninguém que, por herança, é considerado “melhor” e assume o poder, então, finalmente, isso é uma democracia. Certos pensadores acharam que nenhuma dessas formas serve para a felicidade humana: o melhor seria não haver governo nenhum e as pessoas se organizarem livremente em pequenas associações. Ligados por um laço de solidariedade e educados com liberdade, os seres humanos poderiam aprender a viver sem leis, sem polícia, sem exércitos, sem governantes. Isso é o que se chama anarquia, ou ausência de governo. Nesse sentido, anarquia não é bagunça, mas uma organização livre.

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