sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O ESPIRITISMO E A CIÊNCIA

Kardec afirmava que a crença nos espíritos existe desde que o ser humano surgiu na terra. Mas foi na sua época que surgiram novas manifestações capazes de perturbar o mundo. Entre outras manifestações espirituais, houve um episódio num vilarejo chamado Hydesville, nos Estados Unidos da América, que chamou a atenção do mundo. Numa das casas dessa cidade, habitada pela família Fox, passaram-se os estranhos fatos. No ano de 1848, começaram a ser notados estranhos ruídos de arranhadura, sem uma causa aparente. Com o tempo, esses ruídos se intensificaram, passando a pequenas batidas ou som de móveis sendo arrastados. As filhas do casal Fox, Margareth, de 14 anos, e Kate, de 11, ficavam assustadas. O som era tão vibrante que as camas chegavam a tremer e se mover. Foram feitas inúmeras investigações a fim de localizar a causa do problema, mas todas falharam. Os arranhões continuavam. Certa noite, ouviu-se uma série de sons muito altos e contínuos, e a pequena Kate desafiou a força invisível a repetir as batidas que ela mesma dava com os dedos. O desafio foi respondido imediatamente: cada batida era respondida por um golpe. A notícia espalhou-se com estrema rapidez e os vizinhos começaram a chegar aos bandos. Decidiu-se formar uma comissão de investigação para dirigir uma série de perguntas à força desconhecida. Para surpresa geral, conforme sua própria declaração tratava-se de um espírito de uma pessoa que havia sido assassinada naquela casa. O espírito indicou onde estava enterrado o seu corpo, que nunca fora descoberto. Feitas as escavações no local indicado, seus ossos foram encontrados. Depois disso, os Fox passaram a fazer muitas sessões públicas em vários estados americanos, despertando grandes interesses. Os fenômenos de manifestações de espíritos chamaram a atenção de diversos cientistas, tanto na Europa quanto na América. Vários deles realizaram pesquisas sobre o assunto, como: Alfred Russel Wallace, naturalista inglês; Paul Gibier, médico e bacteriologista francês que descobriu o micróbio da raiva; Oliver Lodge, físico inglês, doutor em ciências por sete universidades; William Crookes, químico e físico inglês; Zollner, astrônomo e físico alemão, professor da Universidade de Leipzig; Aleksander Aksakof, médico russo, doutor em filosofia e professor da universidade de Leipzig. Todos eles, a principio, pesquisaram os fenômenos a fim de negá-los, mas concluíram depois que as manifestações eram verdadeiras. A mais interessante dessas pesquisas foi a de William Crookes, que chegou a fotografar um espírito materializado. Para falar sobre as qualidades que os seres humanos devem buscar, Kardec baseou-se na figura de Jesus cristo, que para ele foi o maior modelo. Na visão do espiritismo, Jesus é um espírito perfeito, filho de Deus e nosso irmão, e podemos um dia chegar a ser como ele. A COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS Segundo Kardec, os espíritos exercem sobre o mundo corporal uma influência incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das forças da natureza. Causam vários fenômenos até agora inexplicados ou mal explicados. A comunicação entre os espíritos e as pessoas se dá por meio da mediunidade. Essa comunicação pode partir de personagens famosas ou obscuras, de nossos parentes, amigos ou mesmo inimigos. Deles podemos obter mensagens escritas ou verbais, conselhos ou informações sobre a situação em que se acham no mundo dos espíritos. Os espíritos bons gostam das reuniões sérias, em que haja o amor ao bem. Já dos espíritos inferiores obtemos informações mentirosas, brincadeiras, futilidades. Muitas vezes, eles se utilizam de nomes de pessoas que foram importantes na terra para levar-nos ao erro. São esses espíritos que acabam se manifestando em reuniões feitas por simples curiosidades. Kardec ensina a distinguir entre os bons e os maus espíritos: os espíritos superiores possuem linguagem clara, seus conselhos revelam sabedoria e eles têm como objetivo o nosso progresso e o bem de toda a humanidade. A linguagem dos espíritos inferiores, ao contrário, é grosseira. Às vezes, dizem coisas boas e verdadeiras, mas na maioria das vezes fazem afirmações absurdas e falsas, por maldade ou ignorância. Várias pessoas tiveram a mediunidade desenvolvida e se tornaram famosas. Isso aconteceu, por exemplo, no Século XVIII, com o vidente sueco Emmanuel Swedenborg, que obteve grande projeção por suas visões à distância, ou seja, ele sabia de acontecimentos que se passavam em locais distantes. Outro médium notável foi Andrew Jackson Davis, nascido nos Estados Unidos, que tinha diversas opiniões mediúnicas, entre elas a premonição, cura, psicografia, vidência, etc. No Brasil, tivemos muitos médiuns importantes, entre eles o mineiro Chico Xavier (1910-2002). Em 1931, ele publicou o livro Parnaso de Além-Túmulo, uma coletânea de poesias mandadas por dezenas de poetas já falecidos. Chico Xavier psicografou mais de 400 livros, com mais de 20 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, traduzidos em diversas línguas.

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