sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O AMOR A DEUS NAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS

O AMOR A DEUS NO JUDAISMO Na tradição judaico-cristã, o primeiro mandamento é o amor a Deus. No Antigo Testamento, ele aparece como a principal obrigação do ser humano; depois, no Evangelho, Jesus retoma essa ideia dizendo que, juntamente com o amor ao próximo, esse princípio resume toda a lei. Assim está na Bíblia. 4 “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 5 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. 6 E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; (...) 17 Diligentemente guardareis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, como também os seus testemunhos e seus estatutos, que te tem mandado. 18 E farás o que é reto e bom aos olhos do Senhor, para que bem te suceda, e entres, e possuas a boa terra, sobre a qual o Senhor jurou a teus pais.” (Deuteronômio 6.4-6, 17-18; - Trad. João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Corrigida – Geográfica Editora, São Paulo – 2012) Como você pode perceber no texto, a Bíblia afirma que Deus é único e que devemos amá-lo o máximo possível. Além disso, ele associa três ideias muito importantes: o amor a Deus, a prática do bem e a felicidade. Está claro que uma coisa depende da outra, tanto para judeus quanto para cristãos. O AMOR A DEUS E A CARIDADE NO ISLAMISMO Na tradição Islâmica, o amor a Deus também é fortemente recomendado. No Alcorão, o livro sagrado, há vários trechos que falam disso e estabelecem, como na Bíblia, a relação entre agir bem e adorar ao Senhor. “O homem bom é aquele que crê em Deus, no último dia, nos anjos, no Livro e nos profetas. Aquele que, por amor a Deus, dá de seus bens Ao próximo, aos órfãos, aos pobres, Aos viajantes, aos mendigos E para resgate dos cativos.” (Alcorão 2,177. Le Coran. Paris: Gallimard, 1967. Traduzido para fins didáticos) Os muçulmanos, assim como os cristãos, acreditam no julgamento final, aquele dia em que as pessoas serão julgadas pelo bem e pelo mal que fizeram. Também creem nos anjos e nos profetas. Esses profetas são Maomé (fundador do islamismo), os profetas de Israel (das narrações bíblicas) e Jesus (por eles considerado um grande enviado de Deus). O bem a se praticar, na visão do islamismo, é a caridade para com os que precisam. O “resgate dos cativos”, que aparece no texto do Alcorão é uma referência às guerras antigas, quando os perdedores eram aprisionados e era preciso pagar o resgate por sua libertação. De acordo com os muçulmanos, isso também era uma forma de fazer o bem. DEUS ESTÁ EM TUDO NA TRADIÇÃO HINDUISTA Na tradição hindu, Deus é entendido como uma presença que está em toda a parte. Ele está em todos os seres da criação, e, quando amamos esses seres – sejam homens, mulheres, animais, plantas -, estamos amando também a Deus, que é a causa de tudo e está presente em tudo. No livro Bhagavad Gita, assim está escrito, quando Deus fala com o discípulo Arjuna: Em verdade te digo que aquele que me vê em tudo e em todo o Universo em mim nunca me abandonará e nunca será por mim abandonado. Para sempre estará ligado a mim, pelos laços preciosos do amor. Quem me reconhece em todos os seres, ama-me e comigo se une, participa da vida eterna do meu ser, aquele que seja o seu modo de vida exterior neste mundo. (Bhagavad Gita, 6,30-1. São Paulo: Pensamento, 1993) O texto se identifica com o de outras tradições religiosas. Muitas pessoas – independentemente da religião que praticam – buscam unir-se a Deus e participar da vida divina, sentindo-se sempre amparadas por Ele e nunca sozinhas, pois a presença de Deus na alma preenche qualquer vazio e satisfaz o coração. O AMOR DE DEUS NO CRISTIANISMO Certa vez, Jesus contou a seguinte história: Havia um pai que tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: “Filho, vai trabalhar no meu campo”. E o filho respondeu: “Não, não vou não”. Mas, afinal, ele foi. O pai, então, disse ao segundo a mesma coisa: “Filho, vai trabalhar no meu campo”. O segundo filho respondeu: “Si, pai, eu irei”. Mas, não foi. Qual dos dois filhos fez a vontade do pai? (...) (Mateus 21.28-31 – Adaptado para fins didáticos.)

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