quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

NAMORO OU AMIZADE?

É possível que pessoas de sexo diferentes sejam amigas, sem que a amizade se torne paquera ou namoro? E no namoro e no casamento, homem e mulher podem ser também amigos? Já passou o tempo em que se achava que homens e mulheres não podiam ter amizade sincera sem que surgisse alguma coisa a mais. É perfeitamente possível uma amizade entre os dois sexos. O que diferencia a amizade de algo a mais é que, quando se quer namorar, a relação torna-se mais profunda, mais exclusiva (as duas pessoas querem ficar sozinhas uma com a outra), e também dá vontade de ter mais intimidade física. Mas, se é possível ser amigo sem namorar, também não é bom namorar ou casar com alguém sem ter uma grande amizade. Isto é, na relação entre homem e mulher, não basta estar apaixonado ou sentir atração física; é preciso haver amizade: gostar de estar junto, de conversar, não esconder segredos. É justamente a amizade que mantém a união profunda entre o casal. PARA QUE SERVE O NAMORO? Há algumas décadas atrás, no tempo de nossos avós, o namoro era um período de convivência, conhecimento e preparo para um relacionamento mais profundo e, se fosse o caso, para o casamento. Ou seja, o namoro quase nunca envolvia intimidade física. Namorar era ter uma relação leve, com muito romantismo. Relacionar-se sexualmente seria um tremendo compromisso entre dois jovens. Na maioria das famílias, era questão de honra que a moça se casasse virgem. Com os rapazes havia mais liberdade, porque era uma sociedade muito machista: em relação ao sexo os direitos do homem e da mulher não eram iguais. A partir da década de 1960, as mulheres começaram a ter maior liberdade sexual, a exemplo dos homens, o que é positivo. Mas, hoje em dia, o sexo começa cada vez mais cedo e com menor compromisso. Muita gente pensa que o namoro, seja em que idade for, deve vir acompanhado de sexo. Tornou-se quase uma vergonha um adolescente – menina ou menino – dizer que ainda não “transou”. Isso não é bom, pois os jovens se sentem pressionados a precipitar-se em uma experiência sexual para a qual não estão preparados. É preciso refletir sobre esse assunto, pois não é nos extremos que está a virtude. Se não era aquele radicalismo dos tempos dos nossos avós, hoje também há problemas, gerados pela excessiva liberdade. Quando o adolescente já “experimenta” de tudo desde cedo, as coisas vão perdendo a graça, o romantismo, o momento certo... Psicólogos e pedagogos são unânimes: muitas vezes a pessoa pode estar madura fisicamente para iniciar-se sexualmente e até ter um filho, mas pode não estar madura emocionalmente. O que significa maturidade nesse caso? É saber que ter um relacionamento sexual com outra pessoa é um ato de compromisso e de amor, que envolve responsabilidade por si mesmo e pelo outro. É preciso ter respeito pelo próprio corpo, com todos os cuidados para manter a saúde. É preciso, também, ter respeito pelo corpo do outro, preocupando com seu bem-estar. E ainda levar em conta os próprios sentimentos e os sentimentos do outro. Acima de tudo, é necessário saber que, para namorar e mais tarde casar, é importante que existam muitas afinidades, muito amor, muito companheirismo, muita vontade de estar junto, muitos ideais partilhados. Só assim o relacionamento será feliz, produtivo e duradouro. Num relacionamento assim, o sexo é uma parte importante, mas não é a principal. Quando a gente escolhe alguém mais pela atração física, depois enjoa e escolhe outro, e depois outro e ainda outro, acaba sem saber de fato o que é um relacionamento maduro, sólido e feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário